segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Continuação 3, Sem Filtragem.

Estava adormecida, e escutei um barulho irreconhecível que me despertou de meu sono, acordei assustada, ainda sonolenta, sentia meus olhos grudados pálpebra com pálpebra, mas me acalmei, supondo que era apenas o vento que corria contra as frestas da janela, e uivava me chamando para ver as luzes da noite, me dirigi trôpega então até a janela da cozinha, cogitei acender a luz, mas imaginei que iria me causar dor nos olhos, então segui apenas pela iluminação que a lua me proporcionava, cheguei à janela, e empurrei com mais força para que ficasse completamente fechada, após isso feito, tudo certo, me direcionei para o quarto andando pelo carpete, passando pela sala de jantar, me sentia tonta de sono, sentia os olhos mais e mais pesados, até que de repente, bati meu dedo mínimo na quina da mesa, esbravejei e xinguei calada, agora com lágrimas nos olhos, irritada segui meu caminho até o quarto.

No quarto eu fiquei de frente para a cama e deixei que meu corpo caísse desfalecido, e meus olhos se fecharam de súbito, quando estava quase adormecida escutei novamente um barulho, mas dessa vez com maior sonoridade, notei que não era no meu apartamento, mas possivelmente no recém abandonado 302, senti um calafrio me subir a espinha, e fez com que meu corpo despertasse por inteiro, eu morava no 402, acima do quarto 302. Após algum tempo de um breve silêncio, pude ouvir o vento uivar, e as paredes estalarem, e novamente sons vindo do andar de baixo, emudeci, diminui meu ritmo respiratório, cogitei em verificar o que estava acontecendo, estava com medo demais para isso, não conseguia mexer nem um músculo se quer para me mover da minha posição atual, fiquei ali, estática, encoberta com apenas os olhos alertas de fora do cobertor, espreitando a noite, até que o sol punha-se a se levantar no horizonte, e os primeiros ruídos matinais de uma segunda feira brotavam, e em fim pude adormecer. 

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